A mente feminina é algo impossível de entender. Porém, quando você começa a estudá-la, acha que encontra um caminho para desvendá-la e sente um desejo intenso de continuar tentando. Contudo, quando esqueces daquela mente tão misteriosa, perde-na e tem uma inesperada novidade: além de aprender sobre suas incógnitas tem que reconquistá-la!
― Mas por que? Tudo era tão incrível.
― Não! Incrível foi a luta pela liberdade de expressão, quando um bebê sobreviveu a um desmoronamento, quando Roma caiu, quando saí sozinha pela primeira vez. ― Disse excitada.
― Realmente, o nosso lance foi 'o mais incrível de tudo'!
― Não, o mais incrível de tudo foi Jesus ressuscitando. Concorda?
― Sim, mas não aprovo seu desprezo quanto ao nosso caso.
― Eu estou desprezando, tem certeza?
― Se não tivesse não diria.
― Tudo bem. E você, alguma vez o desprezou?
― Não, e você sabe disso.
― Se soubesse não perguntaria. Talvez eu esteja com problemas de percepção, porque juro que percebi você trocando "o nosso caso" por tudo. Acredita?! ― Sua expressão era sarcástica, ela a fazia por saber que eu odiava.
― Fala sério, ta ficando doida? Quando te troquei?
― Quando acreditou em seus amigos e não em mim, quando falaram que eu te traí. Quando esqueceu que estava ao seu lado enquanto precisava de ajuda. Quando me deixou sozinha na festa de sua avó e nem sequer me apresentou à seus parentes. Quando me falou que era melhor namorar do que ficar sozinho. E em todas essas ocasiões, eu era tratada como mais uma, como algo substituível e descartável. ― gritou, aquilo me constrangeu e me desarmou, mas reagi:
― Amor, não era assim que acontecia. Na verdade, eu nunca consegui te entender. Você sempre pareceu autoconfiante, inteligente e isolada. Namorar com você foi um desafio. Te conhecer é algo que almejo até hoje. Nunca sei o que passa pela sua mente e isso me amedronta. Você não se abre e não quer uma aproximação maior. Somos namorados, não um casal. e isso tem me cansado.
― Então é melhor pararmos por aqui...― Disse convicta
― Pare de parecer insensível, pois você não é.
― Nossa, entendo agora por que inventores de coisas e falas são considerados heróis.
― Por que foge do assunto?
― Não fujo, apenas acrescento uma observação: a de que você é uma pessoa como qualquer outra pois apenas copia invenções. ― E mais uma vez debochava e mostrava o quanto era culta, características que me atraíram anormalmente.
― Como assim?
― Você proferiu as mesmas palavras que meus pais, meus antigos amigos e aqueles idiotas que me desprezam usaram para me ferir. Me chamou de insensível.
― Catharina, não distorça minhas palavras. Eu nunca falaria algo para te machucar.
― Lucas, acabou. Agora não existe mais o casal Calu. Na verdade, como você disse, não existiu.
Inconformado, respondi inconsequente:
― Quer saber, a culpa é sua. Não posso fazer nada se você permite que suas mágoas te impeçam de viver.― a expressão mudou, ela me fitou raivosa, e respondeu soluçando:
― Tudo bem, eu vou voltar para o meu mundo sem vida. Não se preocupe mais com sua carga de dúvidas e desafios por que a partir de hoje ela não existe mais.
Correu antes que eu pudesse falar. E foi assim que eu perdi a minha Chatarina, da mesma forma que a conheci: fugindo...
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E aí, gostaram? Esta é a série da história do casal Calu, duas pessoas diferentes que assemelham-se num mesmo sentimento: a paixão juvenil!
No próximo post, começo a contar como esses dois se conheceram, ok?
Sigam: @rayanav
Um comentário:
uaal Ray, foi tu que escreveu ? *--* ameei, anciosa pelo proximo :D'
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