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28/06/2012

A realidade da falta e a falta da realidade




E hoje quando sua voz na realidade não é real,meu subconsciente faz meus passos mais calmos e sensíveis, e meus olhos se fecham lentamente.
Mas meu orgulho não me deixa mostrar pra ninguém o quanto te quero aqui ! E sutilmente ao repousar percebo que é real a sua ausência. E então a rotina se faz ;
Meus olhos,sozinhos se enchem a ponto de lavar toda minha alma,meu coração fica audível e inquieto a ponto de ser perceptível um pequeno terremoto organizado em meu corpo,minha cabeça se aquece e uma dor suportável e singular toma conta dela,minha respiração fica ofegante como se um cão tivesse correndo atrás de mim .Logo após isso eu sinto um vulcão por dentro pronto para entrar em erupção,uma necessidade devastadora de por pra fora algo que não quer mais ficar dentro de mim,o incômodo!

E de repente,não mais que de repente, eu sinto uma gota de lágrima escorrer pelo meu rosto e quase ao mesmo tempo minha pálpebra se aperta fazendo com que mais gotas apareçam quase que magicamente.Numa sinfonia de cílios encharcados e linhas verticais em minha testa , os soluços a completam,singelos, constantes e abundantes.
E no fim da muda canção,eu as escuto e as sinto como se tudo que eu estivesse sentindo caminhasse pela minha pele. E a vontade de gritar e de entranhar meus dentes em um corpo qualquer está muito distante da inexistência,mas por enquanto o controle ainda está ao meu alcance!
Durante esse calor,essas águas agitadas em meu rio facial o tudo já não faz mais sentido e durante a incansável rotina de cada gota,ao percorrer seu devido espaço em meu rosto, esse mundo já não existe mais  e a minha única certeza é que quando o sol ultrapassar a linha do horizonte mais um vez, a falta da sua presença ainda estará aqui esperando a próxima gota cair... pra eu sentir,mais uma vez, o gosto salgado da minha realidade irreal!

Um comentário:

Nilson Marins disse...

Sem palavras! Demais! *-*